Relatório aponta que ecossistemas marinhos são os novos grandes aliados contra as alterações climáticas; estudo divulgado na África do Sul pede investimentos na preservação do fundo do mar.
Os governos interessados em combater as mudanças climáticas devem investir na criação de um fundo de "carbono azul", voltado para a manutenção e a reabilitação dos oceanos. O alerta consta de relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, em conjunto com a Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, e a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
Emissões
O estudo elaborado pelas três agências da ONU mostra que grande parte das emissões de carbono está sendo absorvida e armazenada pelos ecossistemas marinhos.
Os manguezais, restingas e algas funcionam como uma espécie de reservatórios de carbono, impedindo que os gases poluentes retornem à atmosfera.
O documento afirma que a redução do desmatamento em terra e a manutenção da saúde do fundo do mar poderiam diminuir em até 25% os impactos das emissões, evitando alterações climáticas perigosas.
Para isso, são necessários investimentos, já que 7% dos escossistemas marinhos são perdidos anualmente e precisam ser restaurados.
Aliados
O sub-secretário-geral e diretor executivo do Pnuma, Achim Steiner, lembrou que o mundo já sabia que o fundo do mar representa trilhões de ativos em dólares ligados a setores como o turismo, defesa costeira, pesca e serviços de purificação de água. Além disso, agora, segundo ele, o ecossistema marinho desponta também como grande aliado natural contra as mudanças climáticas e precisa ser cuidado. O relatório das três agências da ONU foi divulgado durante série de eventos sobre questões marinhas realizados este mês, na África do Sul.
O documento antecede a convenção sobre alterações do clima que será realizada pela ONU em Copenhague.
Rádio das Nações Unidas
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